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22/12/2020

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22/12/2020

A robustez do mercado imobiliário em 2020 e a nova onda de crescimento

Balanço sobre o mercado imobiliário em 2020 traz expectativa positiva para 2021. 

Vários setores da economia brasileira enfrentaram desafios com a pandemia de Covid-19. Alguns foram mais impactados, como é o caso do setor hoteleiro, turismo, bares e restaurantes do que outros, como o da construção civil e imobiliário, que especialmente na capital paulista, demonstrou força e robustez durante o período. O gerente de incorporação da SKR – Arquitetura Viva José Rafael Zullo reflete que, depois de viver um período de crise, que se estendeu por cerca de cinco anos, em 2019, o mercado construtivo registrou um crescimento de 1,6%, destacando-se como uma das atividades mais importantes da economia do país. No entanto, a pandemia chacoalhou o trem no trilho, mas não o tirou da rota do crescimento. “Esse crescimento sofreu o impacto inicial da pandemia, mas em pouco tempo a demanda voltou a subir. Quem estava melhor preparado para o desequilíbrio momentâneo conseguiu rapidamente retomar o rumo”, analisa.

Zullo salienta que após uma fase de efervescência nas vendas e em lançamentos, que durou até o início de 2020, havia uma expectativa de que aconteceria uma redução natural do número de lançamentos. “A chegada da pandemia, contudo, acentuou essa queda em um momento que a taxa de juros atingiu uma baixa histórica, com o poder de compra do consumidor mais aquecido e a oferta de uma grande diversidade de oportunidades de negócios imobiliários para diferentes perfis”.

O distanciamento social imposto pela pandemia e o fechamento do comércio por determinação do governo paulista influenciaram na queda dos resultados do setor entre os meses de março e junho de 2020, com os estandes de vendas fechados - “os clientes potenciais deixaram de ir aos plantões de venda e frearam a decisão de comprar um imóvel com medo do que poderia acontecer, já que adquirir um bem, como um apartamento, em grande parte das situações envolve o compromisso de um financiamento de longa duração”, ressalta José Rafael.

Obras e lições
Um dos pontos positivos, na visão do executivo da SKR, é que apesar dessa baixa movimentação na demanda e no desempenho nas vendas, os canteiros de obras continuaram a todo vapor, adotando medidas de segurança e proteção. “O setor da construção civil seguiu colocando os empreendimentos de pé ao longo dos meses em que as vendas permaneceram em baixa”, enfatiza.

Tirar bons aprendizados desse momento difícil foi a postura adotada pelas empresas do setor imobiliário durante a pandemia, de acordo com o diretor. “ As incorporadoras e construtoras tiveram a oportunidade de trabalhar de forma mais calma, corrigindo seus erros de percurso, revendo processos e evoluindo em seus produtos. O consumidor, por sua vez, passou a refletir mais a partir das opções de imóveis disponíveis, estudando as oportunidades de compra oferecidas pelo mercado, analisando melhor todas as possibilidades a fim de escolher o produto que melhor atenda às suas expectativas e necessidades. Esse contexto exigiu das incorporadoras uma performance ainda mais eficiente para atrair esse ‘novo’ consumidor”, reflete.

Tudo ao contrário
Enquanto se imaginava um reflexo negativo, o setor imobiliário de São Paulo já tinha vendido 50% de seus lançamentos disponíveis no mercado, segundo mostram os números apresentados pelas construtoras no trimestre. O terceiro trimestre de 2020 acumulou uma movimentação forte de vendas. “Não podemos dizer que obteve o mesmo desempenho do mesmo período do ano anterior, mas chegou a pelo menos 85% dele, o que é um saldo positivo, considerando o contexto atual de pandemia”, ressalta o diretor da incorporadora que há mais de 30 anos propõe uma arquitetura viva pela capital paulista.

Expectativas superadas
O setor deve chegar ao final de 2020 – que muita gente quer riscar do caderno – não com os resultados projetados em 2019, mas com um cenário bem longe do desanimador. “Enquanto muitas incorporadoras oferecem lançamentos ainda para este ano, outras se preparam para apresentar suas novidades – que não foram para o mercado por conta da pandemia – no início de 2021, o que deve esquentar a concorrência e as vendas”, avalia José Rafael.

Para ele, esse prognóstico positivo apenas será interrompido se a vacina do coronavírus não estiver disponível até o final do primeiro trimestre de 2021. “Isso pode gerar uma nova onda da doença e levar todo mundo para dentro de casa novamente”, afirma.

Mas enquanto isso, a SKR faz seus ajustes finos para surfar essa onda. A empresa encerra o ano com mais de 80% do cumprimento da projeção de vendas feita no início do período e a previsão de quatro novos lançamentos para o primeiro semestre de 2021, num total aproximado de VGV de R$ 500 milhões.

 

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