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Categoria
Arquitetura
Data
17/12/2020
Arquitetura
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17/12/2020
A arquitetura é desafio diário para quem acredita que só a integração entre habitação, equipamento urbano e o humano pode fazer a diferença em tempos de regiões com alto adensamento demográfico e déficit habitacional assustador como o que observamos no Brasil. Não há sentido em apenas construir prédios, mas é preciso possibilitar que empreendimentos conversem com o entorno e sejam elementos atuantes na região sem comprometer a área urbana em que forem inseridos.
Esse é o pensamento do arquiteto uruguaio Héctor Vigliecca, parceiro de longa data da SKR e que compartilha integralmente com o mote da empresa – Arquitetura Viva. Construir empreendimentos pode não imobilizar as áreas, mas eles precisam ser inseridos e integrados para ajudar a transformação da região sem apagar a história do bairro. Para Viglieca “arquitetura não parte de uma inspiração. Ela é fundamentalmente uma reflexão sobre a realidade”, e essa linha de pensamento indica o estilo de trabalho do profissional naturalizado brasileiro que vive no país desde 1975 e acumula uma vasta produção que abarca desde projetos de habitação de interesse social, arenas esportivas, edifícios nos âmbitos cultural, educacional e institucional, além de grandes intervenções urbanas.
Sua caminhada com a SKR começou há muitos anos, mais especificamente em 1997, quando o arquiteto assinou o projeto Nautilus, na praia da Baleia, em São Sebastião, no litoral paulista. Desde então ele traz sua assinatura para alguns empreendimentos e mais recente, o Momento Mota Pais, localizado na Vila Ipojuca, em São Paulo (SP), traz essa reflexão de arquitetura. Um dos pontos que convergem com o expertise de Vigliecca é que o empreendimento foi concebido em um terreno acidentado, mas as unidades foram planejadas para ter grandes ambientes, desfrutar de frestas, da brisa, da luz e da vista da copa das árvores com a proposta para o morador passar mais tempo em casa. Mesmo estando ao lado da agitação da cidade, o morador do Momento Mota Pais terá a sua disposição o contato com a natureza e a tranquilidade.
Para o projeto, Héctor reflete -. “O arquiteto precisa alinhar estética do projeto com os anseios do cliente. Cabe a ele projetar e transformar sem destruir a qualidade da região, o equilíbrio das áreas verdes e a sensação de habitabilidade ainda presente nesse bairro da zona oeste de São Paulo, o que não é uma tarefa fácil”, complementa.
Na visão de Vigliecca, o Momento Mota Pais é um dos empreendimentos mais icônicos da SKR que tem seu DNA, voltado para a busca de referências no próprio entorno, incluindo aspectos ligados à geografia, à situação urbana, entre outros. Com o desafio da arquitetura, Héctor se mostra bem eclético no trabalho - “Não consigo definir um estilo de atuação para mim. Essa é a minha maneira de atuar perante à realidade. Fazemos uma arquitetura legível, sempre a partir da compreensão e interpretação de um cenário”.
Para o arquiteto, a partir desse entendimento, surgem dicas do caminho de raciocínio que deve ser seguido para a construção de um projeto. “Usamos uma coletânea de experiências acumuladas desde os primeiros anos de faculdade até hoje. Fazemos um caldeirão dessas informações, optamos pelas mais interessantes da nossa vivência e optamos por utilizá-las para interpretar um lugar ou um tema”, reflete.
Vigliecca acredita que a arquitetura é uma grande arte. “Você reúne tantos elementos que posso comparar ao trabalho de dirigir uma orquestra. Temos que pensar no custo, na aparência, na estética, nas dificuldades das coisas que estamos fazendo e na necessidade do cliente”.
O arquiteto acaba sendo uma mistura de vários outros profissionais que atuam ao mesmo tempo. “Ele tem que ser arquiteto, engenheiro, advogado, entre tantas outras posições, para pensar um bom projeto. Não é uma tarefa fácil, exige muito trabalho para conseguir fazer algo satisfatório”, elucida.
Ter projetos assinados é uma marca registrada da SKR, o que é visto por Vigliecca de uma forma positiva para a cidade. “O mais importante não está na marca em si, mas na decisão de se optar por profissionais que tenham uma reflexão sobre a realidade. Dessa forma a incorporação está atuando junto na transformação e qualificação de nossas cidades, consolidando a arquitetura, e não apenas edifícios construídos”, ressalta.
Autor dos livros "Arena Castelão: Governador Plácido Aderaldo Castelão" (2014) e "O Terceiro Território - Habitação Coletiva e Cidade" (2015), Héctor Vigliecca se divide entre o escritório e as aulas na pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.